As muitas paisagens do Japão apresentam
além das cores, cheiros e formas diversas. Ora desenhadas ao natural, ora
modeladas a mãos de homens e mulheres. Compõem-se
de retas, curvas, campos que se acabam onde as montanhas começam a nascer. Montanhas,
por sua vez, que apresentam algumas ‘cicatrizes’ nos traçados dos rios e lagos
que as cortam...
Impressiona-me os caminhos
percorridos pelas aguas... para cima, para baixo, para os lados, ao redor. Penetra,
adentra, emerge onde não parece haver, ultrapassa. Suaviza, cursa com calma o
caminho definido ao longo das margens. Por outro intensifica; carrega consigo o
que encontrar: objetos, pessoas, animais, vegetais. Demonstra, para não restar
dúvida, sua força sobre o que pode mover.
Outro elemento igualmente presente
nas paisagens são as pedras. Essas se apresentam como se senhoras daquele
espaço e ali constroem seu reinado com estruturas que somente o tempo acompanha
em sua existência. O tempo é um
companheiro inseparável das pedras, pois vai modelando nessas a história do seu
próprio passar - do tempo e da pedra. Será que alguém já havia se dado conta de
tamanha parceria na historia da humanidade?
Os arrozais, as plantações de
cebolas em graduações maiores, menores; em espaços restritos ou amplos também compõem
as paisagens do Japão. Sejam urbanas, sejam rurais os tons de verde são
contrastantes na aquarela de cores japonesa; no verão alternando-se com os
coloridos intensos e as formas variadas das flores... ainda a descobrir as
demais: outono, inverno e primavera...
As paisagens do Japão marcam-se por
rituais, costumes, hábitos e tradições... festivais de flores, de fogos, de
carros, de fantasias , de gastronomia...lendas que contam estórias e historias,
e encantam pela verdade como apresentam os acontecimentos.
Para aqueles que apreciam a nobre
arte do cinema, andar pelas paisagens japonesas podem conduzi-los a vários
cenários, então, reais. Nos quais as cenas revelam-se cotidianas, divertidas, românticas,
inebriantes e, por vezes, absurdamente envolventes a ponto de conduzir pensamentos
e sentimentos para algum ou qualquer lugar a pertencerem a um tempo que não
cabe à cronologia técnica dos humanos.
Enfim, as paisagens do Japão refletem
as horas do dia; a saturação a luminosidade; os humores, os sentidos, as
sensações e os sentimentos de seus, então, ‘escultores’ reconhecidos ou anônimos.
Nesse sentido é como qualquer outro lugar do mundo, considerado as suas
particularidades e belezas locais. São tão belas quanto comuns!
Ethna
Thaise, 2013
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