sábado, 31 de agosto de 2013

Impressões.




As muitas paisagens do Japão apresentam além das cores, cheiros e formas diversas. Ora desenhadas ao natural, ora modeladas a mãos de homens e mulheres.  Compõem-se de retas, curvas, campos que se acabam onde as montanhas começam a nascer. Montanhas, por sua vez, que apresentam algumas ‘cicatrizes’ nos traçados dos rios e lagos que as cortam...
Impressiona-me os caminhos percorridos pelas aguas... para cima, para baixo, para os lados, ao redor. Penetra, adentra, emerge onde não parece haver, ultrapassa. Suaviza, cursa com calma o caminho definido ao longo das margens. Por outro intensifica; carrega consigo o que encontrar: objetos, pessoas, animais, vegetais. Demonstra, para não restar dúvida, sua força sobre o que pode mover.
Outro elemento igualmente presente nas paisagens são as pedras. Essas se apresentam como se senhoras daquele espaço e ali constroem seu reinado com estruturas que somente o tempo acompanha em sua existência.  O tempo é um companheiro inseparável das pedras, pois vai modelando nessas a história do seu próprio passar - do tempo e da pedra. Será que alguém já havia se dado conta de tamanha parceria na historia da humanidade?
Os arrozais, as plantações de cebolas em graduações maiores, menores; em espaços restritos ou amplos também compõem as paisagens do Japão. Sejam urbanas, sejam rurais os tons de verde são contrastantes na aquarela de cores japonesa; no verão alternando-se com os coloridos intensos e as formas variadas das flores... ainda a descobrir as demais: outono, inverno e primavera...
As paisagens do Japão marcam-se por rituais, costumes, hábitos e tradições... festivais de flores, de fogos, de carros, de fantasias , de gastronomia...lendas que contam estórias e historias, e encantam pela verdade como apresentam os acontecimentos.
Para aqueles que apreciam a nobre arte do cinema, andar pelas paisagens japonesas podem conduzi-los a vários cenários, então, reais. Nos quais as cenas revelam-se cotidianas, divertidas, românticas, inebriantes e, por vezes, absurdamente envolventes a ponto de conduzir pensamentos e sentimentos para algum ou qualquer lugar a pertencerem a um tempo que não cabe à cronologia técnica dos humanos.
Enfim, as paisagens do Japão refletem as horas do dia; a saturação a luminosidade; os humores, os sentidos, as sensações e os sentimentos de seus, então, ‘escultores’ reconhecidos ou anônimos. Nesse sentido é como qualquer outro lugar do mundo, considerado as suas particularidades e belezas locais. São tão belas quanto comuns!


  
Ethna Thaise, 2013

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